Share this page

Latest news

Article

Intervencao sazonal de quimioprevencao da malaria expandida pela primeira vez fora do Sahel

27 January 2023
View English Version »
Seasonal malaria chemoprevention intervention scaled up for the first time outside the SahelMinistro da Saúde de Moçambique, Armindo Tiago, a administrar a primeira dose do SPAQ na comunidade de Anchilo

A malária é a principal causa de morbidade e mortalidade em Moçambique, responsável por 10 milhões de infecções e mais de 23.000 mortes em 2020, com crianças menores de cinco anos e mulheres grávidas em maior risco.

Em Dezembro de 2020 a Malaria Consortium em cordenação com o PNCM iniciaram um piloto de SMC em dois distritos (Malema e Mecubúri) da provincia de Nampula para testar se o SMC poderia ser uma estratégia viável na prevenção da malária em Moçambique apesar da alta resistência a Sulfadoxina e Pirimetamina (SP). Foi desenvolvido estudo um bifásico, com a fase 1 focando na aceitabilidade e viabilidade, seguido de uma fase 2 (2021/2022), para avaliar a efectividade da quimioprofilaxia com o SPAQ. Os resultados dos estudos até agora mostram que o SMC é seguro, viável e aceitável.

O SMC envolve a administração mensal da dose combinada de sulfadoxina piremetamina com amodiaquina durante 3 dias consecutivos,  para prevenir a doença em crianças menores de cinco anos durante a época de pico de transmissão, que em Nampula ocorre de Dezembro a Marco de cada ano. 

Moçambique, tornou-se o primeiro país fora da região do Sahel a expandir o uso da quimioprevenção sazonal da malária (SMC). Seguindo,a conclusão de um estudo bem-sucedido para avaliar a aceitabilidade, viabilidade e o efeito protector da intervenção, que historicamente tem sido limitada ao uso na região do Sahel.

Severin Ritter von Xylander, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) presente no evento, salientou que o SMC é uma estratégia de prevenção da malária importante e significativa para todos. “A OMS recomendou o uso de estratégias de prevenção da malária, como o SMC, para prevenir a malária nas estações chuvosas. O PNCM e a Malaria Consortium iniciaram o piloto do SMC em 2020 e os resultados do estudo mostram que a implementação do SMC em Moçambique é segura, viável e aceitável”- afirmou o represnetante da OMS

Até o momento, a região do Sahel na África Ocidental e Central foi priorizada para a expensão do SMC devido a preocupações com a resistência generalizada ao SP no leste e sul da África. Os resultados preliminares do estudo de implementação da Malaria Consortium em Moçambique mostraram que cerca de 80% por cento  das crianças nas áreas de intervenção do estudo tinham um risco  menor de contrair malária durante o pico da estação chuvosa. Os resultados completos do estudo serão publicados ainda este ano.

“Assinalamos hoje, em colaboração e parceria com o Ministério da Saúde, a expansão da campanha SMC em crianças dos 3 aos 59 meses de idade na província de Nampula, com a expectativa de alcancar e proteger  a 1,2 milhões de crianças elegiveis nos 23 distritos da província. Durante as duas rondas anteriores em 2020 e 2021, o SMC provou ser muito bem aceito pelas nossas comunidades, seguro para implementar no grupo-alvo, eficaz na redução de casos de malária , sendo a cobertura cobertura nos locais de intervenção considerada alta” acrescentou Maria Rodrigues, Directora Nacional da Malaria Consortium Moçambique.  Maria Rodrigues salientou ainda a necessidade de pesquisas adicionais para identifcar novas regiões em que o SMC possa ser efectivo, avaliar novos regimes terapeuticos dada a alta resistência das drogas em uso e a avaliação do custo eficacia na prespectiva de expansão a larga escala para outras regiões do Pais. Reiteirou ainda o comprometimento da organização em continuar a prestar apoio tecnico e logistica a iniciativa na provincia de Nampula.

Representantes do Governo de Moçambique também marcaram presença no evento, com o Ministro da Saúde, Armindo Daniel Tiago, a administrar a primeira dose do SPAQ da campanha SMC deste ano em Moçambique a uma criança no evento. Na sua intervenção, o Ministro disse que a malária “continua a ser um dos principais desafios de saúde pública no nosso país e interfere significativamente no desenvolvimento económico. Estamos a fazer a pilotagem de novas intervenções, nunca usadas no Pais, o caso da quimioprofilaxia sazonal da malária como forma de gerar evidências para produzir politicas e estratégias de eliminação da malaria no Pais.  Temos a ferramenta [SMC] em nosso país para juntos combatermos a malária em larga escala.” No fim, Armindo Tiago acrescentou que espera ver a estratégia de quimioprevenção como parte do Plano Estratégico de Malária em desenvolvimento.

Para saber mais sobre a pesquisa do SMC, você pode ler os resultados da pesquisa do Malaria Consortium, apresentados no ano passado na conferência da American Society of Tropical Medicine and Hygiene em novembro.

Photo caption: Ministro da Saúde de Moçambique, Armindo Tiago, a administrar a primeira dose do SPAQ na comunidade de Anchilo

 

Related content

2 November 2022

Fostering community participation and ownership of new health programmes: lessons from village health teams and SMC implementation in Karamoja, Uganda

Type: Blog post

Photo Story: SMC beyond the Sahel: Protecting children from malaria in Uganda

Type: Webpage
25 January 2022

SMC in 2022: Maintaining scale and looking to the future

Type: Blog post
25 November 2022

Advancing the conversation on SMC at ASTMH 2022

Type: Blog post

 

Click here for news archive »