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Pode entrar, aqui não tem malária!

10 October 2012
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Fernando Bambo, o Coordenador do Departamento de Comunicações e Advocacia da Malaria Consortium Moçambique, visitou Lindela para falar com os membros da comunidade sobre saúde, malária e o impacto do trabalho da Malaria Consortium na região.

Esperança Watemane tem 75 anos de idade e me recebeu com a sua filha, Amélia Jaime Chissico, no lado de fora de sua casa em Lindela, uma comunidade da pronvíncia de Inhambane, que fica na área central de Moçambique. Sua casa é rodeada por coqueiros, árvores de mafurreira e laranjeiras, árvores típicas em um quintal de um manyembane.

Manyembane é o nome popularmente dado à pessoas provenientes da pronvíncia de Inhambane. O explorador português Vasco da Gama famosamente chamava esta provincíncia de “terra da boa gente”, uma referência ao caloroso tratamento recebido quando ele e seus companheiros navegadores receberam ao aportar pela primeira vêz nesta região, onde foram recebidos com hospitalidade pela população local, a qual os convidaram para dentro de suas casas dizendo “Bhlelani ku nyumbane” ou “Pode entrar”.

“Bhela ku nyumbane! Pode Entrar!”

As duas mulheres estavam ansiosas para me convidar para a sua casa. Elas queriam me mostrar a rede mosquiteira (rede mosquiteira tratada com insecticida de longa duração ou LLIN) que elas haviam pendurado dentro de casa. A rede mosquiteira protege as mulheres de mosquitos que transmitem a malária, que mordem durante a noite. A malária é altamente endêmica na região e em 2010 houve mais de 4.5 milhões de casos suspeitos da doença no país.

Além das redes mosquiteiras, as mulheres explicam que a comunidade agora tem acesso fácil à uma agente de saúde treinada, a Sra. Arnalda, que presta serviços à esta comunidade e fornece tratamento à crianças com menos de cinco anos.

“No passado”, Esperança explica, “Se uma pessoa estava com suspeita de malária, nós fervíamos raízes e tentávamos expelir os maus espíritos.”

Agora, crianças com febre ou outros sintomas são levadas para ver a Sra. Arnalda, cuja estação de saúde, um pequeno prédio onde ela recebe visitas de membros da comunidade, está apenas à 50 metros de distância da casa da Esperança e da Amélia.

A mulher explica que a Sra. Arnalda fornece apoio crucial a comunidade. Ela foi terinada para prestar serviços de saúde em primeiros socorros, o que inclui o diagnóstico da malária através do teste de diagnóstico rápido (RDTs), bem como o tratamento da malária não grave. Ela trata crianças tanto em seu posto de saúde, quanto em suas próprias casas. Se a doença for bastante grave, a Sra. Arnalda encaminha a criança para o posto de saúde mais próximo em Jangamo, e se necessário, ela acompanha esta criança até o posto de saúde.

Malaria Consortium Moçambique

Na pronvíncia de Inhambane, a Malaria Consortium tem fornecido treinamento para a equipe do Ministério da Saúde, para que esta treine os agentes de saúde comunitários (CHWs), dentro da abordagem  conhecida como gestão de casos comunitários integrados (iCCM) para crianças com menos de cinco anos de idade. Eles são treinados para diagnosticar, tratar e encaminhar três das doenças mais comuns e perigosas que afetam crianças na África sub-saariana: a diarréia, a malária e a pneumonia.

Os CHWs fornecem acesso à assitência médica nas comunidades com acesso limitado ou inexistente à postos de saúde. Em Lindela, por exemplo, a unidade local de saúde fica em Jangamo, à aproximadamente 20km de distância.

Além de fornecer treinamento para os treinadores de CHWs, a Malaria Consortium fornece suporte técnico contínuo para iCCM através da autoridade de saúde distrital. Este trabalho inclui suporte técnico para as ferramentas de treinamento, a implementção de um banco de dados para o distrito e treinamento de reciclagem para tanto os agentes de saúde, quanto para os seus suprevisores em habilidades críticas, como por exemplo  monitorar e relatar o uso de medicamentos.  Em cinco dos sete distritos de Inhambane, a Malaria Consortium tem fornecido o equipamento necessário para os CHWs executarem seus deveres, o que inclui equipamento para diagnóstico, medicamentos essenciais para fórmulas pediátricas, bem como bicicletas para os CHWs, para que eles possam atingir as áreas mais rurais. O trabalho da Malaria Consortium na pronvíncia de Inhambane tem apoio da Canadian International Development Agency (CIDA), da Planet Wheeler Foundation e da UKAid, do Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido.

Escrito por Fernando Bambo, Coordenador do Departamento de Comunicações e Advocacia, Malaria Consortium Moçambique

 

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