Meet the recipients of Mozambique’s largest ever mosquito net distribution
Dorca Nhaca
Em 3 de novembro de 2016, o Ministério da Saúde, Moçambique, lançou a maior distribuição de redes mosquiteiras. No total, mais de 13 milhões de redes mosquiteiras tratadas com insecticida de longa duração (REMILD) serão distribuídas em todo o país – um importante passo para reduzir o peso da malária.
A Malaria Consortium tem apoiado a implementação desta distribuição em massa na província mais populosa do país, Nampula, localizada no norte do país, oferecendo REMILDs para proteger mais de cinco milhões de pessoas.
Como consultora para apoiar o projecto, viajei a província de Nampula monitorando e apoiando os esforços de distribuição. A importância deste projecto ficou clara durante as minhas visitas a vários distritos. Em todos os lugares que eu ia, as pessoas convergiam em massa para os pontos de distribuição e estavam ansiosas para que redes mosquiteiras protegessem suas famílias.
Eu consegui falar com alguns dos beneficiários do projeto e o que isso significa para suas famílias. Foi o que me disseram:
Gracinda Francisco, distrito de Monapo :
‘’Recebi duas redes mosquiteiras e estou muito contente porque a minha família estará protegida da picada do mosquito. O mosquito provoca a malaria que é uma doença que nos deixa bastante fracos.
Antes de receber estas redes, a situação estava muito complicada. Pois em casa só temos uma rede que vimos usando há dois anos atras e a mesma tinha que compartilhar também com o meu filho. As condições da rede não são adequadas visto que se encontra meio estragada e facilmente os mosquitos entram pelos furos que existem nela. Passamos muito mal porque o nosso distrito tem muito mosquitos e as pessoas ficam constantemente doentes. Esses mosquitos aparecem por causa do rio Monapo. Por vezes, devido a falta de agua temos ido para La lavar a roupa e somos picados pelos mosquitos lá. No mês de Outubro o meu filho ficou doente e teve que baixar e medicar. Fiquei preocupada porque ele ainda é muito pequeno. Ele está melhor e estas redes irão ajudar muito a combater a malária na minha família.
Calima Primeiro, distrito de Rapale:
Estou muito feliz por ter recebido estas redes. Vai melhorar muito o nosso cuidado com a malária aqui em casa. As pessoas daqui do bairro tem sofrido muito com a malaria. E nos aqui em casa também já sofremos com esta doença. As redes que tínhamos alguns meses atras, estragaram-se porque já eram antigas. Já estamos há muito tempo sem usar redes mosquiteiras.
Há algumas semanas, eu apanhei a malaria e ressenti-me muito porque estava muito fraca e não podia andar e nem ir trabalhar na machamba, pois estamos neste momento em época de campanha agrícola onde semeamos milho, amendoim e outras culturas.
As crianças que vivem comigo não podiam ir a machamba porque tinham de estar a cuidar de mim. Foram cerca de oito dias que tive de ficar em casa sem poder fazer nada. Isso para mim foi uma grande aprendizagem. Em pouco tempo eu e minha filha tivemos malaria isso significa que se não nos protegermos a minha neta poderá também apanhar ou ainda mais uma de nos voltar a adoecer.
Contudo, eu agradeço muito por ter recebido esta rede, o governo veio em boa altura para nos ajudar a combater esta doença. Sei que a malaria e uma doença perigosa e que mata pode nos matar. Além disso, se usarmos a rede mosquiteira podemos, além de evitarmos ficar doentes evitamos também gastar dinheiro para os comprimidos e usamos para outras coisas. Por isso eu e a minha casa usaremos as redes mosquiteiras para que não possamos apanhar picadas dos mosquitos.
Valentim Daniel António, cidade de Nampula.
“Comecei a usar a rede mosquiteira desde 2010 quando a minha esposa ficou com malária. Nessa altura ela estava gravida, além de não ter condições financeiras para comprar uma rede mosquiteira não via alguma importância em ter, pois, sabia que toda vez que alguém ficasse doente poderíamos ir ao hospital tratar. Mas dessa vez foi diferente. A minha esposa teve que baixar enquanto esteve gravida e isso deixou-me muito preocupado porque ela ficou muito fraca e teve de levar soro. Quando ela deixou o hospital, a enfermeira que cuidou dele perguntou-nos se tínhamos rede em casa e respondemos que não. Ela ofereceu a minha esposa uma rede e aconselhou-nos a usarmos sempre a rede pois a malária é uma doença que pode levar uma pessoa a morte. Quando cheguei em casa, começamos a usar a rede, porém os meus filhos não tinham. Quando chegou a época de comercialização de produtos agrícolas, uma parte dos produtos que vendi consegui comprar mais duas redes para os meus dois filhos e dois sobrinhos que ate agora vivem comigo. Neste momento que estou a falar, além das três redes que recebi tenho duas redes em casa pois um, com o tempo acabou se estragando.
Hoje, graças ao governo digo com muito orgulho que uso a rede mosquiteira para proteger a saúde da minha família contra a malária. Se esta rede se estragar ou passar prazo, irei comprar para substituir.
Estou satisfeito com o trabalho do governo por poder fazer parte dos que estão se beneficiando das redes mosquiteiras e por isso tenho estado a mobilizar os meus familiares, amigos e vizinhos a usarem a rede mosquiteira porque nos protege da picada do mosquito que provoca a malária – vale a pena.
























Os caminhões carregados com redes são enviados para os pontos de distribuição
A campanha foi lancada durante um evento com musica e dança com a participação de artistas locais
A campanha foi lancada durante um evento com musica e dança com a participação de artistas locais
A campanha foi lancada durante um evento com musica e dança com a participação de artistas locais
Beneficiários trocam senhas por redes nos pontos de distribuição
Ponto de distribuição no distrito de Monapo
Uma mulher no distrito de Erati recebeu uma rede junto com um folheto com mensagens chave sobre uso e cuidado com a rede
Ponto de distribuição no distrito de Erati
Ponto de distribuição numa escola do distrito de Nacala Porto
Uma mãe e a sua criança, satisfeita com a rede recebida, na cidade de Nampula
Distribuição de redes na cidade de Nampula
Os pacotes com redes são abertos no acto da entrega para evitar que as redes sejam revendidas
Essa actividade faz parte de uma iniciativa nacional liderada pelo Ministério da Saúde com apoio do Projecto de Prevenção e Controlo da Malária, um projecto financiado pelo Fundo Mundial de Luta contra a SIDA, Tuberculose e Malária e implementado pela World Vision como Parceiro principal, e com Malária Consortium, Food for the Hungry (FH) e Foundation for Community Development (FDC).