O distrito de Chimbonila na província do Niassa, situa-se a cerca de 30 km da cidade de Lichinga, ocupando uma área de 8075 km² com uma população de cerca de 87.000 habitantes. Tem como limites, a norte com os distritos de Lago, Sanga e Muembe, a oeste com o Lago Niassa e com o Malawi, a sul com o distrito de N’gauma e a este com o distrito de Majune.
Apesar da sua proximidade à cidade capital este distrito possui os desafios típicos dos distritos de Niassa: vias de acesso deficitárias, população dispersa (a densidade populacional de 15,8 habitantes por km²), alto índice de pobreza, população maioritariamente rural e com a economia baseada na agricultura, baixos índices educacionais.
Desde 2014 que o Programa Nacional de Controle da Malaria do Ministério da Saúde e os seus parceiros (Visão Mundial e Malaria Consortium) com o financiamento do Fundo Global, encontra-se a implementar, um projecto de prevenção contra a malaria no seio das suas comunidades.
Volvidos cerca de 3 anos de implementação, este projecto envolve 22 estruturas comunitárias, 428 voluntários, 23 escolas, 72 professores, 14 unidades sanitárias e 1 rádio comunitária num esforço continuo coordenado pelo SDSMAS (Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social) para garantir a prevenção e tratamento da malária. Gabriela Nazaré (36 anos) é a oficial de campo da Malaria Consortium alocada a este distrito desde 2014. A sua tarefa é coordenar as actividades de todos os intervenientes do projecto desde as estruturas de saúde até aos voluntários no terreno.
Diariamente Gabriela visita as aldeias na sua motorizada, garantido que os intervenientes têm as ferramentas necessárias para o seu trabalho de mobilização e garantir que estes tenham conhecimento correcto sobre as formas de prevenção da malaria e que saibam o que fazer na ocorrência de sintomas de malaria.
Após 3 anos, sente-se inserida na comunidade. “Nasci e cresci em Lichinga. Mudei-me para Chimbonila para trabalhar e hoje sinto-me em casa. Apesar da complexidade do trabalho, saber que estou a contribuir para a melhoria das condições de vida das pessoas é gratificante”.
Faça chuva ou faça sol, a sua actividade não pára. Devido ao numero elevado de beneficiários, a sua agenda é carregada. “Tento passar o maior tempo possível em cada comunidade. A minha rotina em cada aldeia é visitar as escolas, unidades sanitárias e trabalhar com as estruturas comunitárias”.
“Ao longo dos anos fomos estabelecendo mecanismos de trabalho e hoje é impressionante como as comunidades estão engajadas no projecto de tal forma que a cada vez que vou encontro iniciativas próprias e sugestões de abordagens novas. Cada dia é diferente”.
Mãe de 4 filhas, Gabriela tem uma experiencia de trabalho comunitário de mais de 10 anos. “Sempre fiz trabalho comunitário. Não ambiciono outro tipo de trabalho. Faço parte da comunidade e sinto que devo contribuir para a comunidade desenvolver”.
Texto e fotos: Xavier Machiana