Author: Alexandra York

Malaria Consortium a échangé avec le distributeur communautaire Ipala Zidwemba sur son expérience lors de l’administration de la CPS dans le district rural de Boulsa, Burkina Faso.

« Les distributeurs communautaires sont chargés de donner les médicaments aux enfants. C’est sur eux que nous comptons pour assurer que moins d’enfants soient malades cette saison », nous fait part Dr. Eleonore Fosso Seumo, Représentante Pays pour Malaria Consortium au Burkina Faso, insistant sur le rôle crucial des distributeurs communautaires dans le succès de la campagne de CPS.

En route vers les concessions sur des chemins de terre ocre, les distributeurs communautaires sont facilement repérables avec leurs dossards blancs et leur sac de matériel. Leur journée commence à six heures du matin, lorsqu’ils se retrouvent au centre de santé pour recevoir la quantité quotidienne de SP+AQ. En vélo, ils se rendent ensuite de concession en concession pour administrer le traitement préventif aux enfants éligibles.

Le rôle des distributeurs est multiple : ils doivent communiquer avec les parents, rassurer les enfants, et signaler tout problème ou réaction indésirable à l’agent de santé qui les supervise. Les distributeurs sont tous des volontaires qui travaillent, entre autres, quatre jours par mois durant la saison des pluies pour assurer que tous les enfants éligibles bénéficient du traitement préventif et ainsi réduire l’incidence du paludisme.

Ipala Zidwemba, agé de 25 ans, est l’un de ces distributeurs, administrant pour la première fois la CPS aux enfants éligibles du village de Gaouga, Boulsa. Cultivateur de maïs, Ipala est originaire du village. Cette campagne est très importante pour lui qui, comme la majorité des Burkinabés, a souffert du paludisme et de ses conséquences à de nombreuses reprises. « On a tous eu le paludisme à un moment ou à un autre,  certains sont plus chanceux que d’autres, mais il est important de protéger les plus vulnérables, les enfants de moins de cinq ans » nous explique Ipala.

Si Ipala espère que la campagne aura un impact positif sur l’incidence du paludisme, il est aussi conscient des nombreux obstacles qui peuvent entraver le bon déroulement de la distribution.

Il nous dit que cette campagne n’est pas aussi simple que les autres auxquelles il a participé, comme la campagne de vaccination contre la polio. Pour administrer le vaccin contre la polio, explique-t-il, il suffit de verser quelques gouttes d’un liquide sucré dans la bouche des enfants, ce qui ne demande que quelques secondes par enfant. L’administration de la CPS est très différente. Avant de pouvoir donner le médicament, Ipala doit poser un certain nombre de question pour établir si l’enfant est en bonne santé et éligible à recevoir la première dose de SP+AQ. Une fois l’éligibilité déterminée, Ipala doit préparer le médicament, un long procédé qui implique écraser le médicament dans une louche et le mélanger avec de l’eau et du sucre. Le médicament ayant un goût assez amer, il est souvent rejeté par les plus petits enfants. Dans ce cas, le distributeur doit attendre 10 minutes avant d’essayer de redonner une dose à l’enfant. « Cela aiderait beaucoup d’avoir un médicament plus adapté aux petits enfants, et aux conditions dans lesquelles nous travaillons » dit Ipala. Après l’administration, les distributeurs doivent encore attendre une demi-heure pour vérifier que l’enfant ne fasse pas de réaction au médicament. Une fois toutes les étapes accomplies, tous les formulaires remplis et les parents informés des deux autres doses à donner à l’enfant, l’équipe de distributeur peut marquer la concession à la craie, et l’ongle de l’enfant au marqueur. « L’administration de la CPS est un procédé long et compliqué » résume-t-il.

En plus des difficultés potentielles lors de l’administration, les distributeurs sont bien entendu confrontés aux intempéries. Par essence, la distribution de la CPS doit se dérouler durant la saison des pluies, pendant laquelle les routes et chemins sont régulièrement inondés, rendant de nombreuses zones difficilement accessibles.

Selon Dr. Savadogo Yacouba, Responsable du Programme National pour la Lutte contre le Paludisme, « pour assurer le succès de la campagne et un taux de couverture satisfaisant, nous devons trouver de meilleures solutions pour adresser tous ces obstacles ».

Caterina Cumbi, um agente comunitário de saúde ou Agente Polivalente Elementar (APE) faz uma visita check-up de três anos de idade Beldencio que testou positivo para malária há três dias; in Jogo, Inhambane (Photo by Ruth Ayisi). em Jogo, Inhambane (Foto por Ruth Ayisi).

Na Semana mundial dos trabalhadores de saúde, a Malaria Consortium queria louvar o trabalho de todos os Agentes Polivalentes Elementares que estão a salvar vidas ao nível das suas comunidades, para complementar o trabalho do sector da saúde.

Desde 2010, a Malaria Consortium tem vindo a apoiar o Ministério da Saúde, para garantir que os Agentes Polivalentes Elementares (APEs) podem efetivamente diagnosticar e tratar ao nível das suas comunidades as crianças doentes com malária, pneumonia e diarreia, a fim de salvar vidas e criar um futuro mais saudável para as comunidades rurais moçambicanas.

A Senhora Catarina é um exemplo de uma APE que superou uma tragédia, ajudando a assegurar que na sua comunidade mais nenhuma criança seria perdida por causa de doenças de fácil tratamento.

inSCALE

A Malaria Consortium, através do projecto inSCALE, está a implementar e testar uma intervenção usando tecnologia (telemóveis), na província de Inhambane, para melhorar a motivação e o desempenho dos APEs[1]. Na província de Inhambane, a intervenção tecnológica esta a ser implementada em 6 distritos.

A Malaria Consortium distribuiu aos APEs em Inhambane, telefones inteligentes contendo a aplicação CommCare, inSCALE que foi desenhado para apoiar os APEs nas várias etapas de consulta, certificando-se de que nenhum sintoma ou sinal é perdido.

Para saber mais sobre o trabalho dos APEs junta-te a nós e vem assistir ao documentário “Catarina e Halima” do projeto inSCALE, no Centro Cultural Franco-Moçambicano, no âmbito do festival INSTIDOC – Ciclo de Documentário Institucional, na sexta-feira dia 24 de Abril às 19h00. For further details about the event, please visit the website: https://ins t idoc.wordpress.com or for more information about the inSCALE project: www.malariaconsortium.org/inscal e / . Para mais detalhes sobre o evento, visite o site: https://instidoc.wordpress.com ou para obter mais informações sobre o projeto inSCALE: www.malariaconsortium.org/inscal e / .

Fala-se da senhora Catarina Codane Cumbe com muito respeito e admiração. O motivo é que é uma santa mulher. Fiel frequentadora dos cultos dominicais da Igreja, ela é também APE, responsável, 24 horas por dia, sete dias por semana, pela saúde dos membros das 537 famílias, cerca de 2 mil pessoas, do Bairro Jógo, onde ela vive, no distrito de Jangamo, longe dos serviços públicos essenciais. 

Catarina was trained as a CHW, and is dedicated to her job.
From 8 o'clock in the morning she makes home visits to follow up on the treatment of patients.

Para além de estar bem capacitada para exercer a função de APE, dedica-se com um amor maternal.

Das 8 horas da manhã, ao voltar da machamba, às 12, de Segunda à Sexta-feira, Catarina faz visitas domiciliares para acompanhar o tratamento de doentes. 

There are over 10 kilometres of sandy tracks from her house to the health centre of Nhacossa, where her supervisor is based. She alternates between cycling and walking and tries to rest a few times during the trip.

São mais de 10 km de picada arenosa da casa de Catarina até a Unidade de Sanitária de Nhacossa, na qual se encontra a sua supervisora. Para percorrê-los ela alterna trechos a pedalar com caminhadas. Devido à seus 46 anos de idade, tem que descansar três vezes durante o trajecto.

Catarina discusses her monthly report with the supervising nurse Marta. During these monthly visits, she receives a kit with medicines for the following month.

Catarina discute o seu relatório mensal com a supervisora, enfermeira Marta. Durante esses encontros mensais, ela Recebe também o kit com medicamentos para o trabalho no mês seguinte.

Back at her house, Catarina opens the kit in the presence of the local community leader in order to check its contents.

De volta à sua casa, Catarina faz a abertura do kit na presença do líder comunitário local, para conferir o seu conteúdo. 

Catarina has five children.  She had several other children whom she lost when they were very young, mostly from malaria that was not treated in time.

Now she is a volunteer worker and saves children’s lives.

A Catarina Tem cinco filhos, mas teve três outros filhos que perdeu quando ainda eram crianças, quase sempre por inevitáveis malárias não tratadas a tempo.

Agora ela é uma socorrista voluntária e salva a vida dos filhos dos outros, com muita dedicação, talvez como se quisesse remediar a perda dos filhos, quando ela ainda não os podia socorrer. 

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É segunda semana de Agosto, céu nublado, faz frio, característica particular da Cidade de Lichinga, Provincia de Niassa, a norte de Moçambique. O frio é agravado pelo Inverno que se faz sentir neste mês de Agosto. A Cidade de Lichinga localiza – se a cerca de 1,369 metros de altitude, a este do Lago Niassa, este localizado entre Moçambique, Malawi e Tanzânia.

Após cerca de dois meses de preparação da campanha de distribuição de Redes Mosquiteiras Tratadas com Insecticida de Longa Duração (REMILDs) para a cobertura Universal, finalmente, chegou a fase da distribuição. As equipas de apoio e supervisão da campanha, partem para os distritos de Ngaúma, Mandimba, Metarica, Nipepe, Marrupa e Majune, os seis da primeira fase de distribuição. A expectativa é maior para todos. Finalmente, a campanha vai arrancar.

As cerimónias centrais do lançamento da campanha terão lugar no distrito de Chimbunila, povoado de Lumbi, a 15km da Cidade de Lichinga. A expectativa também afecta a povoação de Lumbi, pois, para além do da distribuição de REMILDs irão receber o tratamento contra o tracoma e será inaugurada uma nova Unidade Sanitária.

A família de Alifa Rachide, foi eleita pela comunidade para simbolicamente receber as REMILDs e o tratamento contra o tracoma. Alifa, chefe da família, de 50 anos de idade, está presente no local do evento juntamente com a sua esposa, a Atuege Jemuce, de 43 anos de idade e os seus sete filhos. A primeira filha do casal frequenta a quarta classe e o penúltimo filho, a primeira classe. O Alifa desconhece a idade dos filhos, nem a idade do último filho, mas afirma que tem menos de 1 ano.

A família de Alifa, aparenta ser pobre, porém, mesmo assim, Alifa afirma ainda vão nascer mais filhos. O casal, natural de Lumbi, cultiva mandioca, amendoim e feijões, esta é a actividade que garante a alimentação da família e algum rendimento. Alifa, conta que é pela primeira vez que a sua família irá receber rede mosquiteira e relata:

…nunca tivemos rede mosquiteira  e não tínhamos como nos prevenir da picada dos mosquitos e da malária…em casa, a malária não falta, todos os anos adoecemos, mas felizmente este ano ainda ninguém adoeceu. Estou feliz porque as redes que recebemos vão proteger a família da malária….

Alifa e a família, receberam 4 REMILDs. As REMILDs são suficientes para a cobertura de toda a família. A Atuege, esposa do Alifa, não contém o sorriso, pois a comunidade já tem uma Unidade Sanitária mais perto o que irá reduzir a distância a percorrer que implicava a travessia de um rio e o risco do ataque de crocodilos.

A Atuege, cochicha no ouvido do marido em língua local para este traduzir:

…… a nossa família foi escolhida por Deus, recebemos redes mosquiteiras,  tratamento e temos uma Unidade Sanitária. Os líderes comunitários visitaram a nossa casa e informaram – nos que íamos receber REMILDs numa cerimónia dirigida pelo Governo….aqui estamos.

A Campanha de distribuição de REMILDs foi implementada pela Malaria Consortium, no âmbito do Projecto de Prevenção e Controlo da Malária, Financiado pelo Fundo Global, Ronda 9. O Projecto é implementado em nove Províncias de Moçambique tendo como parceiros a Visão Mundial, Principal Recipiente, a Malaria Consortium, responsável técnico, a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) e Food for The Hunger, Sub – Recipientes. A Malaria Consortium apoiou as Direcções Provinciais de Saúde de Niassa e Nampula na Distribuição de REMILDs cerca de 1,000,000 de REMILDs que beneficiaram mais de 400,000 famílias. Além da distribuição de REMILDs, o Projecto inclui a formação de estruturas comunitárias, voluntários e professores sobre a prevenção da malária e actividades de comunicação para a mudança de comportamento.